“Uma mulher para casar…uma mulher que me leve daqui”
“E mais uma mesquita”… avançámos uns metros… “e outra mesquita”… Quando subimos ao topo do monte onde as ruínas de um castelo fortaleza derretiam sob o peso do abandono, já com a pequena povoação de Mohammadiyeh aos nossos pés e as cúpulas das mesquitas a adornarem o seu perfil, Habib esticou o braço e o sorriso – as rugas que lhe saiam do canto dos olhos eram os raios que davam continuação ao seu brilho , vincando o rosto no seu percurso reto e adquirindo uma pequena curva no tempo que o sorriso durava…- e apontou: “mais uma mesquita, e outra, e outra, e outra, e outra…é só mesquitas por todo lado neste país!”.
Na noite anterior, quando o nosso táxi nos deixou à porta do hotel, os candeeiros da pequena cidade iluminavam com o seu facho amarelo de luz artificial, os flocos de neve tapizando o chão num forro escorregadio. O olhar de quem recém chega ou não é dali, no Irão, dificilmente passa despercebido, pelo menos é a sensação omnipresente que tivemos nos dois meses e meio que lá passámos. Andar neste país sem certezas ou a passo vagaroso olhando as coisas com deslumbre é forma garantida de fazer novas amizades – aqui ninguém é indiferente nem à sua própria curiosidade, nem à necessidade de oferecer ajuda. Ao hesitarmos quando procurávamos um sítio barato onde comer, fomos abordados por um rapaz alto com o rosto encaixilhado por óculos de massa pretos onde brilhavam dois olhos grandes e vivos, no alto dos quais assentava um gorro de lã tricotado com tons diferentes de azul dando realce à sua tez.
– Posso ajudá-los? Parecem perdidos.
– Procuramos um sítio barato para comer.
-Venham comigo. Eu posso indicar-vos um.
As direções para o restaurante estenderam-se à tradução do que havia na cozinha para comer, que depois passou a um convite para que se juntasse a nós a jantar, que se prolongou num passeio no parque deserto da cidade que a neve continuava a cobrir. “Gosto tanto de andar a pé! Até quando neva, ou quando chove…e hoje estou tão feliz de vos ter conhecido – nem sinto o frio. Agora somos amigos. Amigos para sempre!” (o filão sentimental iraniano sempre presente, ou então as palavras e as expressões a perderem-se na tradução para o inglês).
Moji é a simplificação de um nome mais difícil de pronunciar – Mojtabha – um nome árabe e não persa para grande desgosto seu. Fez questão em sublinhar, como outros iranianos que conhecemos, que apesar do nome – era persa e não árabe. Professor de inglês em várias escolas na pequena cidade de Naín, o seu sonho era encontrar uma mulher das Europas que lhe levasse o coração e que o levasse do país que o aprisiona.
Raras foram as pessoas que conhecemos no Irão cujo sonho não passasse por uma vida além-fronteiras, no “el-dourado” de liberdades e oportunidades, que são o mundo Ocidental e ocidentalizado, pelas lentes graduadas de quem vê estas nações através dos filmes de Hollywood, das lendas contadas por quem foi e regressou, ou quem foi e manda recado e, certamente pela liberdade e imagem de abundância, que nós como visitantes estrangeiros devemos exalar, quantas vezes sem o saber.
“Vocês vão-me ajudar a encontrar uma mulher do vosso país não vão? Por favor, prometam-me que sim. Não têm uma irmã, ou uma prima? Assim podíamos ficar juntos e viver todos em família!” Olhámos Moji sem saber o que responder. Se nos tivesse pedido para o ajudar a encontrar um marido, na fluidez dos seus gestos delicados, teríamos ficado menos surpreendidos com a questão. Entre a tentação de lhe explicar que existem formas mais lógicas de se sair do país e de encontrar o amor do que através das recomendações de estrangeiros acabados de conhecer na rua, engolimos mais uma colherada de arroz empapado no guisado sobre-cozinhado de “courgettes”, lentilhas e molho de tomate com o sabor ácido do limão e mudámos o rumo à conversa.
De regresso ao hotel, deixando o selo das nossas oito solas carimbadas no branco frio, desculpamo-nos com o frio e o cansaço e, quando nos preparávamos para a despedida e devidos agradecimentos, Moji disse que nos viria buscar na manhã seguinte para nos mostrar a cidade. Não era uma escolha pessoal nossa, que ainda não tínhamos decidido se ficávamos mais um dia ou não – era uma imposição dita com tamanha bondade que mesmo que não quiséssemos, não nos teria sido possível recusar.
À hora combinada no dia seguinte, nem mais um minuto, nem menos um minuto, escutámos três “noc-nócs” na porta. Era o Moji e o senhor Habib – o seu amigo e vizinho, prontos a levar-nos de passeio.
O senhor amor – o senhor Irão
Senhor Habib – o senhor amor -, tradução à letra do que não podia ser um nome mais adequado, veio buscar-nos no seu velho Renault 5, que no Irão é um Saipa S, com já mais de trinta anos conspícuos nos cabos finos e multicolores que adornavam a parte inferior do volante, os assentos gastos dos muitos rabos que neles se sentaram seguindo viagem sabe-se lá onde país fora. Um veículo já quase feito esqueleto e desprovido das amenidades que teria no seu auge pós aquisição, como ar-condicionado, manivelas para abrir e fechar as portas, subir e descer janelas, luzes, piscas e arranque fácil. Dois ou três espirros hesitantes e seguiu com o peso de cinco corpos rumo ao centro da cidade que ficava ali ao lado. Não era necessário, mas no Irão o carro substituí as pernas que a gasolina é barata.
Passeámos pela cidade num dia de céu azul e sol de inverno onde o branco já não se despenhava dos céus mas assentava nos cantos escuros das ruas onde teimava em não derreter. Fomos à mesquita de sexta feira (mesquita de Jameh), uma das mais antigas do país. Um conjunto de pedras esfareladas cumprindo ainda a sua missão original numa luta inglória contra o tempo e contra tantas outras mesquitas mais bem equipadas para as necessidades modernas da fé como aquecimento e ar-condicionado. Passeamos pelo bazar deserto, de arcos ogivais, onde os ecos dos nossos passos, das nossas vozes e das nossas gargalhadas eram esporadicamente interrompidos pela sombra feita da presença de uma mulher seguindo apressada dentro do seu chador.
Entre as ruas de adobe semi-deserticas visitámos o museu etnográfico, dentro do qual havia uma miscelânea de despojos arqueológicos, figuras de cera cobertas em pó – imitação estática da vida doutrora. Numa sala escura, vimos os tapetes que afamam o país – os tapetes persas, vendidos na cidade de Esfahan ao dobro do preço – quando se abriu uma janela, as linhas de luz revelaram a subtileza intrincada dos padrões florais, do branco imaculado do fundo, do sublime dos azuis contornando gazelas ondulantes. Podem levar mais de seis meses a terminar e o trabalho, a sabedoria, o estado contemplativo, que é certamente o de quem passa horas a fazê-los, atribui a cada linha tecida o poema final que é o tapete, um poema à vida e ao país de quem os tece.
Quando saímos de novo à rua, percorrendo de novo as vielas de adobe, juntei-me ao senhor Habib – a Nela e o Nuno seguiam um pouco mais atrás na companhia do Moji animados com as suas histórias e as suas gargalhadas.
– Sabes, quando era novo fui estudar para Teerão, para a universidade. Economia e estudos financeiros. Era bom estudante e consegui uma bolsa para ir para os Estados Unidos…tinha 20 e tal anos.
Seguiu-se uma pausa longa que interrompi quando me pareceu que o senhor Habib tinha regressado ao passado, ao universo que nunca foi e podia ter sido, e parecia não querer regressar.
– E o que aconteceu?
– A revolução…a bolsa foi cancelada. Eu não tinha dinheiro nem possibilidades para estudar fora do país. A revolução, mudou tudo…os mullahs tomaram o poder. Primeiro disseram-nos que seríamos um país moderno, melhor, mais rico, um país livre…mas enganaram-nos. Acabaram-se as liberdades. Quem é contra o sistema vai preso. Muitos, nunca mais se sabe nada deles, desaparecem. Hoje é tudo religião, mullahs, mullahs, mesquitas e mais mesquitas…e continuamos pobres. Os mullahs, vivem cada vez melhor!Cada vez mais ricos! Como é que se explica isto? As pessoas já se revoltaram, mas são sempre silenciadas. Nada parece mudar.
Mais um silêncio que decidi não interromper. O que sei eu de falta de liberdade e de empecilhos de maior à realização dos meus sonhos? O que quer que dissesse sairia vazio e desprovido de significado substancial, deixei o silencio falar.
– Agora tento não pensar muito nisso. Já estou velho e cansado, já tenho filhos crescidos – cinco, três homens e duas mulheres. Até já tenho netos: dois! Os seus olhos voltaram a brilhar e a leveza do seu sorriso regressou ao seu rosto, como quem entende o seu lugar na vida e vê lógica onde ela não existe, no alto dos seus 62 anos.
Observei aquele homem sereno de barba grisalha, mãos longas e hábeis que comunicam na fluidez dos seus movimentos. Um ser irradiando bondade, sabedoria, humor, o todo dos seus gestos rematado sempre com um sorriso pueril. No seu corpo, um fato de fazenda cinzento, de bom corte, possivelmente medido, talhado e cozido com as próprias mãos – do ofício que aprendeu do pai alfaiate – e que agora é o seu, porque a reforma do seu trabalho como contabilista não chega certamente para sustentar a família, dois filhos ainda estão a estudar na universidade. No colete creme que usava por baixo do “blazer” faltava um botão. Apenas um botão na insignificância da sua ausência, um conjunto perfeito a agasalhar e dignificar o corpo, mas imperfeito, incompleto… como o país onde nasceu e teve de viver alimentando sonhos e esperanças que nunca passaram disso – incompleto também na sua função de os possibilitar.
Irão a três
Chegámos a Shiraz com oito dias para matar depois de 12 horas, que deviam de ter sido 6, enfiados num autocarro sem comida nem bebida, ziguezagueando vagarosamente na estrada coberta da neve inesperada que o céu pesado nela depositou. O plano tinha ficado delineado há uns meses atrás quando o Irão se confirmou como o destino de reencontro com a Nela, a irmã do Nuno, que já se tinha juntado a nós no Vietname, numa outra pausa à sua vida nos Alpes suíços.
Tendo em conta o tempo entre o alinhavar da data e a imprecisão das nossas pedaladas, oito dias de sobra não tinha sido grande erro nas contas do encontro, mas numa cidade coberta de inverno, a poesia inerente dos seus poetas –vivos e mortos – que vinha mencionada nos guias, não pareceu materializar-se nas suas largas avenidas de ruídos abundantes, nos prédios anónimos, no cinzento acastanhado que parecia ser a cor geral daqueles dias…Não ajudou tão pouco que um oficial mal disposto por estar a trabalhar no dia depois do nevão, quando todos os outros serviços públicos estavam fechados, tivesse dito perentoriamente que nos estendia o visto por apenas mais duas semanas, quando o devia ter feito por um mês, deixando um grande ponto de interrogação ao que faríamos com a Nela se não pudéssemos estender o visto que acabava quatro dias antes da sua partida e um ainda maior ao que faríamos com a nossa viagem. Cada coisa a seu tempo: tentaríamos a nossa sorte dali a duas semanas, mas desta vez em Esfahan.
As duas semanas com as malas a tiracolo foram delineadas na rota do Irão turístico: Shiraz, cidade onde a Nela chegou, Persépolis, Yazd, Nain – cidade oásis perto de Esfahan onde conhecemos os nossos amigos Moji e Habib, Esfahan e daí a incógnita porque tudo dependeria do nosso sucesso com a extensão do visto. Talvez uma ida até à praia, mesmo uma onde não pudéssemos tomar banho, em busca do calor e dos vestígios do que restou da presença Portuguesa na Pérsia, como o forte de Ormuz, para além do nome que se dá às laranjas por aqui – Portugal.
Persépolis
Persépolis e a Necrópolis adjacente a cerca de 12 quilómetros (Naqsh-e Rustam) foram visitadas num dia tão frio como luminoso. O que sobreviveu à pilhagem e destruição – a que Alexandre o Grande e os seus exércitos levaram a cabo depois da sua conquista, em noites de embriaguez generalizada, como retaliação pelo saque persa de Atenas cerca de 150 anos antes , foi particularmente brutal – mas o tempo e o abandono fizeram o resto, numa cidade que segundo os arqueólogos serviu como capital de celebração e como símbolo da atmosfera de grandeza e poder do império persa durante a dinastia Aquemenida entre 550 e 330 ac.
Não é difícil. A grandeza e a opulência são visíveis na geometria do que resta, no detalhe dos alto-relevos que revelam homens vestidos com robes flutuantes com espadas presas à cintura, barbas longas encaracoladas, os chapéus cónicos – sinais das modas de outros tempos. Nas colunas de mármore e calcário onde cabeças esculpidas de águias metamorfoseadas com garras de leão descansam tombadas no tempo. Nas escadarias construídas de tal forma que os dignitários ascendiam aos domínios reais sem perder a pose. Sob o olhar atento de cada rei Aquemenida – Cirus, Darius, Xerxes, Artaxerxes e os seus descendentes – foi-se acrescentando algo mais à história e aos detalhes arquitetónicos da cidade que foi abandonada sem que todos os seus edifícios tivessem ficado terminados.
Mas ao contrário da influência e da marca indelével que os persas deixaram na humanidade e no que é hoje em dia o Irão, a cidade de Persépolis perdeu importância e foi abandonada. O que resta é uma lembrança à futilidade dos nossos esforços, à nossa efemeridade .
A caminho de Esfahan
Regressámos a Yazd como se tivéssemos regressado a casa. Percorrer e partilhar as suas ruelas estreitas, os becos sem saída, os contrastes de luz e cor, as mesquitas, os “qanats”, os museus – agora familiares-, com a Nela, foi como mostrar a própria terra a alguém que se gosta e fez-se com prazer redobrado.
Conhecemos um rapaz interessante e simpático, Ibrahim, no pequeno museu contíguo à mesquita de Jameh, era guia voluntário no seu tempo livre e guia oficial no tempo restante. Depois das explicações detalhadas que nos deu dos objetos espalhados na sala do museu decidimos contratá-lo como guia no nosso percurso até Nain, onde passaríamos pela velha aldeia oásis de Kharanaq, entreposto dos comerciantes doutros tempos; Chak-chak, uma pequena povoação com um templo Zoroastra no meio das montanhas do deserto Iraniano; uma pausa para o almoço em Meybod, outra cidade histórica. A chuva do dia que começou cinzento transformou-se em neve quando o sol foi acordar o outro lado do planeta.
Chak-chak – é o nome alusivo ao som da água a cair a conta gotas, que segundo reza a lenda, são as lágrimas da princesa Nikbanou, a segunda filha do último rei persa Yazdegerd III, perseguida pelo exército invasor árabe em 640. Temendo a sua captura pediu proteção dos seus inimigos a Ahura Mazda, a principal entidade da crença Zoroastra e, em resposta às suas preces, a montanha abriu-se milagrosamente, protegendo a princesa para sempre. Chak-chak é o templo de montanha mais sagrado dos Zoroastras e todos os anos de 14 a 18 de Junho, crentes desta religião milenar disseminada pelos persas, vindos do Irão, da Índia e outras partes do mundo vêm até ao templo onde se mantém o fogo da chama eterna dentro da gruta feita pelo homem, na montanha que engoliu a princesa. Chak-chak é um nome bonito, um nome sonoro. Que outros nomes encontraríamos mundo fora se houvesse o hábito de dar nomes aos sítios dependendo do som que neles se ouve?
Depois das duas noites em Nain seguimos os restantes 80 quilómetros até Esfahan em mais um autocarro, despedindo-nos com tristeza dos nossos amigos Moji e Habib. Se algum dia os voltaremos a ver é difícil dizer, mas quem sabe se arranjarmos uma pretendente para o Moji.
Em Esfahan, entre as tardes perdidos no seus bazares intermináveis, as visitas às muitas mesquitas que rodeiam a praça grandiosa de Nasqsh-e Jahan (ou do Íman, como também é conhecida), os palácios da dinastia dos safávidas com as suas pinturas sublimes do tempo áureo da renascença persa, as pontes longas sobre o rio Zayandeh sem caudal, sandes de “falafel” a menos de 20 cêntimos de euro e a boa noticia, depois de uma manhã nos serviços de fronteira e dois dias de espera, que tínhamos afinal mais um mês no país carimbado nos nossos passaportes, decidimos rumar a norte para o final dos nossos dias como viajantes mochileiros com a Nela – já não nos sobrava tempo para ir até às praias do sul.
Abyane a aldeia vermelha e mais um adeus
Para agarrar um pouco mais do Irão nos poucos dias que nos restavam a três, apanhámos um autocarro e fomos até Kashan, mais uma cidade com o centro histórico recheado a edifícios de adobe, muitos deles em ruínas. Parece que o custo de manter estas casas erguidas está a fazer com que as pessoas decidam viver nos novos prédios que bordejam os centro históricos, edifícios que deixam reservas quanto às suas propriedades estéticas e sobretudo a sua resistência aos abanões da terra, que são frequentes no país. Amiúde vem-se nas cidades iranianas as carcaças das antigas casas tradicionais, apenas com o que resta da estrutura. Muitas, no oco da derrocada, servem de parque de estacionamento, outras, simplesmente de lixeira – mas um número cada vez maior destas casas estão abandonadas. Neste país, parece, há demasiado passado. Mantê-lo é oneroso, pouco prático, já não tem finalidade – o passado estorva… se a UNESCO não põe o carimbo, é certo e sabido: mais cedo ou mais tarde, o destino destes edifícios centenários, alguns até milenares, é desaparecer.
Abyane é uma pequena aldeia visitada nos meses de calor pelas gentes da capital, Teerão, em busca de refúgio nas temperaturas mais amenas das montanhas. Nos dia de inverno, sem os turistas, o silêncio revela as suas casas encavalitadas nas encostas feitas com a terra vermelha das serras que a rodeia e a esconde. Aqui passeia-se pelas ruas estreitas, forradas de pedras ou simplesmente talhadas no passar de muitos pés. Mulheres sentadas nos pequenos degraus e beirais com lenços de flores estampadas à cabeça em desafio – aqui o chador não impera. Parece que trazem a primavera à cabeça quando o tempo é frio e as flores ainda vão demorar alguns meses a despontar. O contraste das casas que parecem caixas empilhadas vermelhas, contra o cerúleo do céu. A terra lá em baixo no vale é cor de café com riscas longas do descanso dos cultivos nos intervalos das quais a neve se aninha namorando o castanho. Ciprestes nus de troncos acinzentados, as suas ramas despidas bradando aos céus – esqueletos de si. Aqui a sensação não é de estar parado no tempo é do tempo em si não ser uma noção necessária.
Circuito turístico feito, de volta a Shiraz, a Nela num avião de regresso aos rigores do inverno suíço, nós de regresso às nossas “bikes” e aos rigores do inverno iraniano. Foi com calor humano e com experiências positivamente marcadas nas nossas memórias que deixávamos este país pelas portas das traseiras nas montanhas do Curdistão iraniano…mais na próxima e última crónica do Irão.