
O Nuno (nas palavras da Joana)
Não é que ele seja doido, faz é coisas doidas, e desde tenra idade ao que parece…tinha 15 anos quando fugiu de casa com ideias de ir para a Madeira aliciado pelas imagens de um destino tropical e exótico. Não lhe ocorreu então que um oceano o separava do seu destino e uns pais extremamente preocupados que o apanharam a meio caminho na estação de Santa Apolónia em Lisboa.
Uns anos mais tarde agarrou numa bicicleta e zarpou da porta da sua casa em Monte Redondo com intenções de ir até Macau, agora com o consentimento dos pais, e apesar do começo pouco auspicioso depois de uma noitada bem passada, chegou até ao Egipto depois de oito meses em cima da bicicleta e não fosse o fundo de maneio ter-se acabado aquela aventura teria certamente culminado no seu destino previsto. Mas obichinho das viagens nunca mais o deixou e desde então já percorreu mais de 70 países, desde a India numa moto Royal Enfield, ao Sudoeste Asiático de mochileiro. Em 2009 terminou a maior viagem da sua vida até à data – A pan-Americana de bicicleta, maís de 40 mil kilómetros pedalados em autonomia desde Inuvik no Ártico à Terra del Fuego no Sul da Argentina.
Ter conhecido o Nuno, tê-lo como melhor amigo, namorado, companheiro de aventuras e ideais de vida é sem dúvida maravilhoso. Como viajante ele é uma grande fonte de inspiração, de força e motivação, mas também de risada: quem mais sobe aos 6000 metros de altitude com um par de meias a fazer de luvas? Ou anda com calças tão velhas e tão usadas que se vêm as cuecas. O seu desprendimento e descontracção quando anda a viajar transforma-o numa espécie de andarilho minimalista que sabe que não existem impossíveis, só aqueles que nos impomos a nós próprios. Nas sua palavras: eu acredito que tudo o que queres fazer ou imaginar, tens que começar.Tens a escolha: podes viver a vida ou existi-la.