Ontem dormimos numa praia onde cangurus pastavam na erva verde junto ao mar – Pebbly Beach. No dia anterior adormecemos numa floresta de eucaliptos onde ao longe se ouviam as águas de uma cascata – Corrington Falls. E, há três dias atrás, adormecemos sob as luzes e os ruídos da grande metrópole depois de um dia preenchido a percorrer as suas ruas e avenidas – Sydney.
Já lá vão duas semanas desde que a nossa casa tem quatro rodas, bom, tem na verdade nove, com as quatro rodas das nossas bikes que vão em cima no tejadilho, e a roda suplente. Tem sido um verdadeiro festim visual. OK, não é tudo bonito e existem partes bastante desenvolvidas e, talvez uns eucaliptos a mais, mas tentando captar em palavras os sítios superlativos por onde passámos na última semana é simplesmente impossível e o que quer que seja dito não fará justiça ao que realmente vimos e sentimos.
Dentro de duas semanas regressamos às nossas velhas e fieis companheiras. Viajar em autocaravana – a nossa Nimbina – tem vantagens, como o poder percorrer distâncias maiores, ver mais coisas, poder carregar mais comida. Mas, verdade dita, o mundo passa a correr e, vê-se tanta coisa no mesmo dia que começa tudo a baralhar-se na memória. Um sentimento semelhante a quando se come muita comida, muito depressa e se fica mal disposto e com peso na consciência, com a sensação de que não de disfrutou verdadeiramente.
Em Port Macquarie deixámos a Louise e a sua família e seguimos em direcção às Blue Mountains – mais um parque nacional património da humanidade. Um lugar de uma dimensão e beleza difíceis de descrever e, curiosamente a uns meros 60 quilómetros de Sydney. Temos estado a percorrer o estado de New South Wales e, só neste estado, existem mais de 70 parques naturais. Não é de admirar que andemos a dormir num parque natural diferente todas as noites e que passemos por vários durante o dia. Vamos em direcção a Melbourne, já no estado de Vitória, onde visitaremos o Pierre, um amigo e companheiro de apartamento do Nuno e, de onde enviaremos mais noticias.