Já estamos em Timor Leste – ou Lorosae – que eu acho que soa bem melhor. Desde o nosso último contacto com o mundo ainda nos faltavam uns 400 e tal quilómetros e duas semanas para chegarmos a Darwin.
Mas em primeiro lugar a resposta à pergunta que tenho a certeza estar na mente daqueles que nos acompanham – terminámos ou não a travessia em bicicleta da Austrália de Sul a Norte? Os quase 3000 e tal quilómetros na Stuart Highway?
– Tchan, tchan… e a resposta certa é: SIM!
E mesmo com todo o entusiasmo da partida para um novo país e certamente o início de uma fase bem diferente neste nosso lento regresso a casa, a verdade é que termos terminado com sucesso uma etapa com a qual sonhámos durante tanto tempo e sobretudo uma etapa que testou a novos níveis a nossa estamina e determinação faz com que tenhamos deixado a Austrália com o sabor das missões terminadas.
Nas duas últimas semanas desacelerámos o ritmo e pudémos apreciar com o tempo merecido um “deserto australiano” diferente, o das cascatas e cataratas – no Parque Nacional de Litchfield. Não fazia sentido continuarmos nas nossas médias de 100, 120 kms por dia, por isso, por boa medida, reduzimos a média durante uma semana para os 20 e poucos, que era mais ou menos a distância entre cataratas.
Chegámos a Darwin quatro dias antes do nosso voo e aproveitámos para passear na cidade, organizar o empacotamento das bicicletas para mais um voo e saborear um último pôr do sol Australiano na praia de Mindil na companhia dos nossos amigos Novo Zelandeses, os ciclocotas, possivelmente o casal de ciclistas e viajantes mais inspiradores que conhecemos!
Literalmente a 10 minutos de embarcarmos para o nosso voo para Dili, aproveitámos o facto de haver wi-fi gratuita no terminal e ficámos a saber que íamos chegar ao país depois de distúrbios que resultaram em violência e um morto. Parece que para bem e para o mal a aventura vai realmente começar- bem vindos.
Á chegada as coisas parecem mais tranquilas e esperemos que assim continuem, Timor e o seu povo estóico merecem!