Depois de 5 meses de viagem, a força de vontade de chegar aos trópicos é tao grande que pedálamos 1300 kms de Port Augusta a Alice Springs em 14 dias. Nestes 14 dias passámos apenas por uma única aldeia – Coober Peddy. Valeram-nos as estações de serviço para podermos ir enchendo as garrafas de água e comprar pão.
E bati o meu record pessoal e pedalei 158 kms num dia (nada de impressionante para um ciclista normal que pedale em estrada plana e vento de costas, eu sei, mas para mim que sou uma ciclista lenta – e com orgulho, acrescento – não quis deixar passar este momento histórico e único na minha vida de ciclovagabunda). Por falar em records – o Nuno fez 900 kms com um raio partido porque simplesmente não havia sítio onde encontrar um raio novo.
Partimos amanhã para a recta final até Darwin, literalmente. É que às vezes passamos mais de 30 kms sem ver uma curva. Valha-nos a estrada que é tranquila e onde podemos andar aos ss se nos apetecer e, 120 gigas de música no ipod.
O deserto tem-nos tratado bem, os 24 litros de água que carregamos entre os dois tem sido mais do que suficiente para cobrir as longas distâncias sem pontos de abastecimento e, conseguimos sem grande dificuldades carregar comida suficiente para 5 dias em autonomia.
O Outback Australiano, apesar de ser deserto está cheio de gente bizarra. Mas o dificil mesmo é “engolir” a segregação racial que existe entre brancos e aborígenes – dois mundos completamente à parte, numa coexistência que não está a funcionar.
Hoje comprámos os bilhetes de avião para Timor. Ja cheira a trópicos!