Para trás ficavam recordações dos dias que pedalamos à chuva, das muitas subidas, do vento, das milhares de ovelhas a ruminar pelos campos mas, e sobretudo, das paisagens magnificas e dos estranhos que se tornaram amigos

As coisas começaram a piorar, ou na nossa linguagem de ciclovagabundos – a melhorar. A estrada que era lisa e de pouca inclinação, deixou de o ser. O seu estado deteriorou-se à medida que íamos avançando

Sim uma grande tempestade, ventos fortíssimos, e chuva. Informou a senhora, entoando as palavras de forma concisa assegurando-se de que a entendia

Ao som da chuva a cair acrescentou-se o das as nossas vozes em conversa animada e, o do crepitar da madeira, a arder no fogareiro ferrugento. Os vizinhos deviam estar com medo. Mas se estavam, pelos menos não chamaram a polícia

Imaginem os primeiros homens, vindos da Polinésia, que atravessaram estes mares traiçoeiros em canoas de madeira, com pouco mais do que as estrelas como ponto de orientação